Quinta-feira, 23 de fevereiro – Toma a tua cruz (Lc 9,22-25)



Perder a própria vida para salvá-la – Uma estranha lógica é a de Jesus! É a lógica da cruz, da morte que conduz à vida. Morrer a si mesmo e viver para Cristo: eis o que torna verdadeiramente cristã a vida de uma pessoa.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 22“O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.23Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. 24Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará. 25Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro, se se perde e se destrói a si mesmo?” 

O Filho do Homem deve sofrer muito

                A experiência nos ensina que toda boa obra custa esforço. È difícil encontrar a sua razão, mas é assim. A história nos oferece muitos exemplos disso; artistas, cientistas, políticos honestos possibilitaram um progresso à humanidade com a sua obra somente a custa de tantos sofrimentos e incompreensões. A mesma coisa foi com Cristo como homem.
                O sofrimento dos benfeitores da humanidade tem uma explicação psicológica. Na natureza é em vigor a lei da conservação, e também a sociedade humana tende a isto. A opinião pública é como a corrente de um rio que arrasta todos na mesma direção. Parar um carro em movimento e mudar o sentido da rotação da roda é difícil. O sentido do sofrimento de Cristo é muito mais profundo, mas a experiência da dor humana nos dá a chave para compreendê-lo.
                A coragem é uma virtude. Não precisa temer as dificuldades! As famílias sadias educam as crianças para não ter medo. A uma criança que é ensinada a coragem recebeu uma grande graça para a vida.
                No topo da montanha chega somente quem não teme a chuva e o vento contrário.

Tome sua cruz cada dia!

                Escreve um poeta tcheco: é fraco somente quem perdeu a confiança em si mesmo, e é pequeno somente que se põe uma meta pequena. São palavras edificantes, mas um pouco demasiado otimista. Cada dia nos toca enfrentar mil dificuldades, e se buscamos o ideal, são tantos os obstáculos que encontramos para realizá-lo. Se diz que a paciência é a virtude dos santos. Mas a vida coloca em prova a paciência de qualquer pessoa.
                A paciência é a virtude que nos reconcilia com o mal que não podemos impedir. Temos pressa mas o trem não chega; estamos super cansados e um jovenzinho  destemido e forte permanece sentado no nosso lugar, enquanto o ônibus nos joga pra frente e pra trás e corremos o risco de cair. Queremos conversar com um amigo, mas ele está de mau humor. Não nos resta que exercitar a paciência. Algumas vezes nos parece de dever tê-la muita, na doença, na dor de uma perda, nas incompreensões familiares, no trabalho. Surge a tentação de jogar fora a cruz e fugir para longe.
                Mas nós cristãos temos uma dupla ajuda. A promessa que Deus não nos imporá a cruz mais pesada do que aquela que podemos suportar. A promessa que nas dificuldades Deus nos dará uma ajuda especial.

Siga-me

                Num canto de natal inglês se narra sobre o rei São Venceslau que a pés descalços leva a esmola aos pobres. O pajem que o segue se lamenta do frio, então o santo lhe diz de colocar os pés nas suas pegadas. Acontece o milagre: os pés do pajem se aquecem. De forma legendária, é a história da experiência vivida pelos santos. A consciência de seguir Cristo diminui o peso das dificuldades, também dos graves sofrimentos e do martírio. Além disso também nós somos psicologicamente ajudados se alguém que nos ama sofre conosco. Mas no nosso caso não se trata somente de consolação psicológica. Quem segue Cristo entra no seu modo de pensar, na sua vida e ele entra na sua alma. Quem segue a Cristo começa a compreender o sentido positivo do sofrimento e recebe a graça divina de levar a sua cruz junto com o Salvador do mundo. Fará assim a experiência de uma frase popular: pesada não é a cruz que Deus nos envia, mas somente aquela que nós mesmos preparamos.

Oração

Senhor, nosso Deus, teu Filho escolheu ser um messias, em tudo semelhante a nós, partilhando os nossos sofrimentos e a nossa morte para nos manifestar o teu amor sem medida. Dai-nos a graça de descobrir quem é realmente o Filho do homem, para levar com ele a nossa cruz no caminho que conduz à vida eterna, onde tu vives e reinas pelos séculos dos séculos. Amém!


Fonte:
Messalino Quotidiano dell'Assemblea, EDB
Tomáš Špidlík, Il vangelo di ogni giorno, Tempo di Quaresima e pasqua, Lipa (Trad. livre)

 
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