Quarta-feira, 29 de fevereiro – O sinal de Jonas (Lc 11,29-32)




A conversão dos “outros” – as pessoas que não conhecem a aliança não poderão que confirmar, um dia, a condenação daqueles que Deus tinha privilegiado. Fechando-se à sabedoria de Deus estes últimos se excluíram da salvação com as próprias mãos. Jesus faz com que compreendam que somente uma profunda mudança interior poderá salvá-los.

Naquele tempo, 29quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas.30Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior que Salomão.32No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”. 


Jonas como sinal

            Jonas na verdade existiu ? Se pergunta o leitor diante desta fábula do Antigo Testamento. No segundo livro dos Reis (2Rs 14,25) se fala de um profeta que trazia este nome, que viveu mais ou menos na metade do oitavo século antes de Cristo. Talvez o autor do livro de Jonas tomou emprestado o nome deste antigo profeta.
            O que dizer então da existência real desta personagem em questão? Um exegeta moderno responde de maneira muito simples: Jonas existiu como os maus vinhateiros que mataram o filho do dono (Mt 21,33-41), como o rico epulão e o pobre Lázaro (Lc 16,19-31) ou o filho pródigo (Lc 15,11-32).
            Em Jonas, segundo a sua opinião, se poderia reconhecer os Hebreus religiosos que depois do exílio se reuniam em volta do templo de Jerusalém, que nutriam no próprio coração sentimentos nacionalistas e desprezavam os povos estrangeiros.
            O livro de Jonas, portanto, é uma parábola análoga às parábolas do evangelho. Conta não o que aconteceu, mas o que existe dentro de nós e do qual devemos nos tornar conscientes.


Jonas não quer pregar aos ninivitas

            O não de Jonas é uma imagem de fechamento aos outros. Ele pensa que a benção divina esteja reservada somente aos seus compatriotas. Uma posição que se justificava; os Hebreus eram os únicos a terem a revelação do verdadeiro Deus. Os profetas Isaías, Jeremias, e Ezequiel bradavam contra os pagãos e invocavam sobre eles a punição de Deus, porque perseguiam o povo eleito e profanavam o templo. Mas não obstante Deus queira punir-los pela malicia deles, não pretende destruí-los. Quer somente converte-los, é por isto que Jonas é enviado a pregar.
            Na história da Igreja se verifica uma situação análoga no inicio do quinto século, quando os bárbaros atacaram o império romano e Alarico e as suas tropas invadiram e devastaram Roma. Naquela situação os cristão renderam conta de não conseguirem opor-se aos bárbaros com as armas: o único caminho de salvação era que o povo bárbaro se convertesse.
            Assim nasce a Europa cristã: Roma imperial não tem mais estratégias militares para resistir aos bárbaros, mas tem missionários que levam a eles o evangelho.
            Muitas vezes, na história da Igreja, se repetiu uma situação semelhante.

Jonas salvo do mar

            Jonas foge de Deus e descobre que ele está em todo lugar, também nas profundidades do mar e da sua angustia. Dalí nasce vivo justamente pelo mérito de um monstro, a baleia, que representa a morte. O abismo do mar é preffiguração da descida de  Cristo aos infernos, no reino da morte. Por isto a vitória de Cristo ressuscitado está no sinal de Jonas.
            Jonas é imagem também da nossa vida, que vai adiante não obstane as nossas fugas de Deus. Por isto também nós somos exortados a cantar com Jonas o seu hino: “Na minha angústia invoquei o Senhor e ele me atendeu. Já no ventre da morte, pedi tua ajuda e ouviste a minha voz. Tu me afundaste no coração do mar, um rio me encobriu. Passaram sobre mim tuas ondas e redemoinhos. Pensei, então: ‘Fui expulso da presença do teu olhar, mas voltarei a admirar a beleza de teu santo templo’ (Jn 2,3ss).

Oração

Senhor, nosso Deus, sabemos que à pregação de Jonas os habitantes de Ninive fizeram penitência. Livrai-nos de todo vão pretexto que nos impede de retornar a ti, enquanto temos entre nós alguém bem mais do que Jonas na pessoa de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém!

Fonte:
Messalino Quotidiano dell'Assemblea, EDB
Tomáš Špidlík, Il vangelo di ogni giorno, Tempo di Quaresima e pasqua, Lipa (Trad. livre)

 
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