4 de fevereiro – A solidão e o amor pelos homens (Mc 6,30-34)



Para servir à ovelhas, precisa escutar o pastor – A vida de um apostolo de Cristo deve compreender dois momentos, que dependem um do outro. O tempo da missão, onde o apostolo ensina em nome de Cristo, exige o tempo da escuta da palavra do mestre,

Naquele tempo, 30os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. 31Ele lhes disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer. 32Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. 33Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé, e chegaram lá antes deles. 34Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.

Vinde sozinhos para um lugar deserto

                Milhares de religiosos e religiosas na história da Igreja obedeceram a esta exortação. A palavra monge vem do grego “monakos”, só, eremita. Nas portas dos mosteiros cartuxos se lê as vezes a inscrição: “Feliz solidão, solitária bem aventurança”.
                Existe diferença, porém, entre “solidão” e “isolamento”. O homem é um ser social. A sua pessoa se desenvolve na relação com os outros e no amor recíproco. Porque, então, os devotos buscavam e busca a solidão? A resposta é simples: se evita a multidão para sentir-se mais próximo a outro com que, no rumor e na confusão, não se consegue falar profundamente.
                Como dois enamorados. Quem ama a Deus vive uma experiência semelhante, de maneira particularmente intensa. Quem se afasta com Deus, nunca está só.

E descansai um pouco

Quando o motor de um automóvel sobre aquece é bom deixá-lo esfriar. Quando caminhamos muito, procuramos descansar. Também o nosso sistema nervoso pede de vez em quando de ser livre da excessiva tensão e dos muitos pensamentos. Mesmo assim muitos na verdade não sabem repousar; apenas experimentam ficar tranqüilos, ao invés de estarem melhor, são agredidos com mais força pelas preocupações.
Duas pessoas fazem um passeio pelas montanhas: um retorna revigorado, o outro fatigado e não somente fisicamente, mas também na alma. Ao invés de olhar o panorama, estava pensando no exame que o esperava.
Os médicos aconselham de sentar-se na beira do mar e de buscar, ao menos por meia hora, de não pensar em outra coisa do que o mar. É uma maneira de purificar a mente. Os cristãos, que amam a solidão, sabem repousar concentrando-se no mar da misericórdia divina.

Viu uma numerosa multidão e teve compaixão

                Na natureza se luta pela sobrevivência. O mais forte destrói o mais fraco; a plantas buscam superar aquelas próximas ao crescimento, os animais se devoram entre eles. Se diz que os homens não são melhores; antes, conduzem a luta pela vida com meios ainda brutais e refinados. Existe um provérbio alemão que diz: serás bigorna ou martelo, ou baterás os outros ou os outros te baterão.
                Mas também observamos o contrário. Um embriagado cai por terra. Bem, se o quis. Passa um homem e lhe dá uma mão para se levantar. Sente compaixão por ele. “Compaixão” é uma bela palavra, significa sofrer com, sofrer em comum, sentir a dor do outro como se fosse sua. Segundo Solov’ev este sentimento é a primeira manifestação da vida religiosa, aquele que nos faz semelhantes a Deus, que teve compaixão de nós e entregou o próprio Filho para a nossa salvação (Jo3,16). A compaixão pelos outros impulsionou muitos santos que procuravam Deus na solidão a retornar à sociedade e trabalhar pelos outros.
Tomáš Špidlík

Oração

Senhor Jesus, tivestes compaixão da multidão que eram como ovelhas sem pastor, sacrificastes a tua tranqüilidade para oferecer a eles o teu ensinamento. Também hoje temos necessidade de sermos guiados pela tua palavra. Dai à tua Igreja pessoas capazes de ajudar os irmãos a caminhas atrás dele, o mestre único que pode oferecer-te uma verdade que dura pelos séculos dos séculos. Amém!

 
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