A loucura do amor – Esquecer completamente a si mesmo por amor dos homens: esta é a sabedoria de Jesus, loucura para o mundo.
Naquele tempo, 20Jesus voltou para casa com os discípulos. E de novo se reuniu tanta gente que eles nem sequer podiam comer. 21Quando souberam disso, os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si.
Os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo
A criança é impaciente em conhecer o mundo, e explora as coisas pegando-as com a mão e levando-as à boca. Quando cresce, desenvolve um acentuado sentido de propriedade, e esconde os seus tesouros num lugar secreto. Os adultos fazem o mesmo, mas de uma maneira mais refinada.
A moral adverte de não se deixar dominar por este instinto, mas ao mesmo tempo, defende de modo equilibrado a propriedade privada. Deus criou o homem e o fez senhor da natureza, mas não para sem também dominador das pessoas. A história narra as tentativas do homem que quer prevalecer sobre o próximo até torná-lo escravo, justificando o abuso de poder com a lei. Graças a Deus, pelo menos na teoria, os escravos não existem mais, mas infelizmente na prática existem ainda formas d escravidão.
Existem muitas maneiras para tornar as pessoas escravas, por vezes sutilmente. Por exemplo, se as relações de parentesco e de vida em comum não são inspiradas pela pureza e pela caridade, a vida familiar pode se tornar um lugar de violência e de escravidão, que humilha e degrada a pessoa. Nas relações de sangue precisa estar particularmente atentos em guardar o respeito e a liberdade.
Porque diziam que estava fora de si
Quem oprime não se contenta de comandar, mas pretende de ter o controle também sobre aquilo que o outro diz e pensa, privando-o da sagrada liberdade de pensamento e de palavra. Insulta e humilha em tudo aquilo que pensa o outro. Se pode tornar uma pessoa escrava também induzindo-a a pensar de uma determinada maneira, plagiando-a.
Também os professores, às vezes, se comportam de modo psicologicamente violento com os estudantes. Quem tem poder, muitas vezes usa-o para se prevalecer sobre o próximo com soberba e arrogância, valendo-se de uma suposta superioridade, cultural, política ou econômica.
Neste caso se diz impropriamente que esta pessoa se sente um “deus”: mas é uma expressão imprópria, Deus respeita sempre a liberdade do homem.
Diziam...
É uma violência arrogar-se o direito de julgar aquilo que pensam os outros; mesmo assim parece-nos normal isso. Parece-nos normal também sermos influenciados pela assim chamada opinião publica; todos se conformam ao juízo de uma pessoa que falou por primeiro, o assim chamado formador de opinião.
Num certo limite é um fenômeno natural; o homem é uma criatura social e a sua índole se manifesta também na formação do pensamento. E depois os mais simples tendem sempre a tomar como boa a opinião dos mais cultos, que se consideram mais sábios. Também na Igreja a tradição, o que por séculos a Igreja falou e escreveu, vale como norma de fé. Porém precisamos estar atentos a não transferir a regra que vale para a comunhão dos santos, isto é, para aqueles que falam com a inspiração do Espírito Santo, à sociedade profana, onde se fala sob o influxo do pecado, e das más paixões.
No mundo de hoje a difusão da informação alcançou uma dimensão extraordinária, nunca vista antes. Todos falam de tudo, as informações circulam em todo lugar: com maior razão devemos saber distinguir de qual espírito são ditadas.
Tomáš Špidlík
Oração
Senhor, nosso Deus, se alguém no nosso ambiente, lança um a idéia original ou propõe uma ação inédita, tu conheces as nossas reações de entusiasmo ou de hostilidade, de apelo à prudência ou de impulso a ir em frente. Além de qualquer preconceito, ajuda-nos a compreender onde tu ages por meio do teu Filho, na sabedoria do Espírito. Amém!